domingo, 14 de setembro de 2008

A razão inferior e a superior...




Santo Agostinho expressa assim o seu conceito antropológico básico.
Distingue, na alma, dois aspectos:
a razão inferior e a razão superior.
A razão inferior tem por objeto o conhecimento da realidade sensível e mutável:
é a ciência, conhecimento que permite cobrir as nossas necessidades.
A razão superior tem por objeto a sabedoria, isto é,
o conhecimento das ideias, do inteligível, para se elevar até Deus.
Nesta razão superior dá-se a iluminação de Deus.
Em A Cidade de Deus,
a sua obra mais ponderada,
Santo Agostinho adopta a postura de um filósofo da história universal
em busca de um sentido unitário e profundo da história.
A sua atitude é sobretudo moral:
há dois tipos de homens,
os que se amam a si mesmos até ao desprezo de Deus
(estes são a cidade terrena)
e os que amam a Deus até ao desprezo de si mesmos
(estes são a cidade de Deus).
Santo Agostinho insiste na impossibilidade
de o Estado chegar a uma autêntica justiça
se não se reger pelos princípios morais do cristianismo.
De modo que na concepção augustiniana
se dá uma primazia da Igreja sobre o Estado.
Por outro lado,
há que ter presente que na sua época (séculos IV-V)
o Estado romano está sumamente debilitado perante a Igreja.

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