segunda-feira, 17 de novembro de 2008

A Burka e o Bikini


A burka e o bikini representam
os dois extremismos que a mulher,
seja árabe, seja ocidental,
precisa evitar para se consagrar
às práticas de louvor a Alá.
Passo a explicar:
- A burka foi, em tempos remotos,
um mero instrumento prático
- tanto para homens como para mulheres -
de disponibilizar uma sombra refrescante
no meio do calor árduo do deserto.
Mesmo Maomé sabe que as núpcias sagradas
se fazem conjugando água e fogo,
sombra e luz, por isso,
prescreveu que a oração islâmica consistisse
num ritual
que envolve a ablução (água)
e momentos singulares do movimento aparente do sol,
seja o nascer, o meridiano, o pôr do sol, etc. (fogo).
Os Antigos não eram moralistas como os modernos,
que estão cheios de preconceitos
e por isso entram em guerra por ninharias.
A Antiguidade tinha homens e mulheres
que articulavam saberes práticos
que lhes davam acesso a um deus imanente.
Assim,
o sentido da burka não é tapar as partes vergonhosas
ou proteger-se da cobiça do sexo oposto
(a mulher islâmica expõe-se tão publicamente
ao seu marido no quarto de casal quanto uma americana!).
O sentido da burka
é providenciar sombra ou humidade (a metade da água)
no calor do deserto (a metade do fogo),
sem a qual nenhuma oração a Alá é possível.
Os filósofos islâmicos da época áurea sabiam-no perfeitamente,
pois estavam imbuídos da cultura greco-romana.
Para os Romanos,
a benção sagrada das núpcias era:
«aqua et agni»,
isto é, «água e fogo».
Quanto ao bikini,
apesar de parecer leve,
não passa de uma ilusão:
carrega consigo o peso da gravidade,
de quem desconhece em absoluto
o que é libertar-se de uma imagem
e das fixações egocêntricas da moda
para encetar o processo nómada
de viajar até ao coração das coisas,
dos seres e de tudo.
O bikini, nesse aspecto, é,
ao contrário do que a maioria das pessoas pensa,
bem mais conservador do que a burka,
e também bem menos erótico do que ela,
porque Eros,
tanto para os Gregos,
como para os Sufis,
era um deus.
Mas este mundo está todo ao contrário…
e só a mim posso mudar…
Alahuma!
Duarte

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