quinta-feira, 30 de abril de 2009

O dia que não terminou - Ayrton Senna

quarta-feira, 29 de abril de 2009

A melhor volta de todos os tempos

terça-feira, 28 de abril de 2009

Simplesmente o Melhor!

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Senna Mostrando o q é pilotar

domingo, 26 de abril de 2009

sábado, 25 de abril de 2009

Ron Mueck


sexta-feira, 24 de abril de 2009

Siberian Winter

quinta-feira, 23 de abril de 2009

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Rajastan India

terça-feira, 21 de abril de 2009

Leis do sexagenário...


LEIS DO SEXAGENÁRIO
1 – Regulamentar as próprias rotinas,
transformadas em leis de uma existência mais plena,
não deixando escapar motivos de desconstrução
das leis consideradas injustas
2 – Cumprir etapas e horários
segundo as conveniências do esforço
e justo empenho no que chamamos “felicidade”
3 – Impedir quaisquer mandatos de envenenamentos da alma,
sob quaisquer pretexto, circunstância, precedente, acidente ou incidente
4 – Amar filhos e netos com a mesma intensidade
com que se é por eles amado e respeitado
5 – Deixar legado de pureza nas relações humanas
como herança mais legítima aos descendentes, pósteros e vindouros
6 – Desconfiar e esquivar-se de “tratamentos obsequiosos”,
a exemplo de “tio”, “coroa”, “velho”, “vovô”, “chefe”, “patrão”, “doutor” e outras catervanices
7 – Só levar para casa aqueles desaforos
considerados incontornáveis, a exemplo de impostos,
taxas e emolumentos da burocracia oficial,
sem os quais nenhum governo ou poder se pereniza
com ou sem nosso consentimento
8 – Aplicar, em todos os quadrantes,
situações (mesmo as mais constrangedoras ou vexaminosas),
instantes, ocasiões, o célebre “jus esperniandi”
— ou direito permanente e inalienável de espernear
9 – Manter vivas as crenças e expectativas até aqui acumuladas,
justificadoras do estar na vida,
na forma a mais integral para que cada um foi moldado a ser
10 – Assumir com discrição e dignidade um lugar na fila dos “idosos,
grávidas, lactantes e deficientes físicos”,
mas protestando contra as discriminações costumeiras,
tão reconhecíveis quanto o olho nu de mariposas e taturanas
11 – Reagir aos concessivos espaços da chamada “terceira idade”,
sobretudo se sobrevivido aos traumas da primeira
e segunda marchas de desaceleração da vida humana digna
12 – Bater de frente contra todas as imposturas que cercam o início da senectude,
desmascarando empulhações que fazem da velhice um paraíso de coitadinhos assexuados
ou retornados à primitiva e insossa virgindade dos párias.
13 – Tudo fazer para conjugar as operações fundamentais
(somar boas vontades,
diminuir tensões/conflitos,
multiplicar afetos/solidariedades
e dividir sonhos/desejos/aspirações);
afugentar verbos natimortos (assassinar, trair, dedurar, sucumbir...);
evitar contaminar-se com verbos pronominais (apressar-se, aprisionar-se, acomodar-se, desmilingüir-se...),
substantivos funestos (discriminação, preconceito, arrogância, exclusões...)
ou adjetivos aberrantes (pústula, infame, egoísta, soberbo...)
Estas leis entrarão em vigor na data de sua publicação, (03/04/2009) revogadas as disposições em contrário.
Jorge de Souza Araujo

segunda-feira, 20 de abril de 2009

A Verdadeira Religião é Individual e não Social

É possível que a religião da solidão
seja de certa maneira superior à religião social e formalizada.
O que é certo é que ela apareceu mais tarde no decurso da evolução.
Além disso, os fundadores das religiões e seitas
históricamente mais importantes têm sido todos,
com excepção de Confúcio, solitários.
Talvez seja verdade dizer-se que,
quanto mais poderosa e original for uma mente,
mais ela se inclinará para a religião da solidão,
e menos ela será atraída no sentido da religião social
ou impressionada pelas suas práticas.
Pela sua própria superioridade a religião da solidão
está condenada a ser a religião das minorias.
Para a grande maioria dos homens e das mulheres
a religião ainda significa, o que sempre significou,
religião social formalizada, um assunto de rituais,
observâncias mecânicas, emoção das massas.
Perguntem a qualquer dessas pessoas
o que é a verdadeira essência da religião,
e eles responderão que ela consiste
na devida observância de certas formalidades,
na repetição de certas frases,
na reunião em certos tempos e em certos lugares,
da realização por meios apropriados de emoções comunais.
Aldous Huxley, in 'Sobre a Democracia e Outros Estudos'

domingo, 19 de abril de 2009

TOUR ELFFEL EM 3 D


Imagem da Tour Eifffel 3D
Entre na imagem,
sinta-se pertinho da Torre Eiffel.
Coloque o ponteiro do mouse na imagem
e ou setas e mova-o.
Boas imagens!
Clique no site:

sábado, 18 de abril de 2009

MACHU PICCHU - CUZCO - PERÚ

construido a mediados del siglo XV

en el promontorio rocoso que une las montañas

Machu Picchu y Huayna Picchu en la Provincia de Urubamba,

en la Región Cusco, en Perú.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Mulheres que correm com os lobos


Era uma vez uma mulher.
Essa mulher Era amada.
Por ser amanda, era reconhecida como inteira em si mesma.
Por ser reconhecida, era livre para existir.
Essa mulher vivia com os pés na terra e a cabeça nas nuvens,
possuía todos os atributos de uma deusa.
Era humana e ao mesmo tempo divina
e havia algo de selvagem em seus olhos que nenhuma civilização
ou religião poderiam domar.
Por isso mesmo,essa mulher foi temida e, por ser temida,
foi reprimida e banida do convívio dos demais.
Ela foi queimada nas fogueiras da ignorância,
amordaçada nas malhas da censura,
presa nas correntes da indiferença.
Após tantos séculos de repressão,
aqueles que a haviam reprezado
acreditavam que sua luz havia finalmente se extinguido;
que sua natureza selvagem
e aterradora havia desaparecido por completo.
Porém, essa mulher faz parte da própria natureza,
ela é a própria natureza e não pode ser aniquilada.
De sua completude temos apenas resquícios
mas ela sobrevive nas histórias e nos contos de fada
e no fundo da alma de todos,
homens e mulheres que sentem
um profundo sentimento de vazio
e solidão em suas vidas.
Eles escutam o chamado que vem dos ossos,
das profundezas da carne.
O chamado da mulher selvagem,
há muito reprimida,
há muito massacrada
mas de nenhuma forma esquecida.
Clarissa Pinkola Estés
nesse brilhante livro sai em busca
"daquela que sabe",
a mulher selvagem.
É um verdadeiro trabalho
de escavação das partes
mais subterrâneas da psique
em busca de algo muito precioso
que foi há muito tempo contido.
Através de contos de fada e mitos,
a autora procura aos poucos revelar
as muitas facetas da alma feminina
que tem sido tão maltratada
não apenas pela sociedade
mas pela própria mulher,
que se afastou de sua parte selvagem.
Mulheres que correm com os lobos
é uma verdadeira viagem ao interior
daquela parte mais profunda de nós mesmos
da qual insistimos em fugir.
É uma busca por aquilo que há de mais verdadeiro
e mais essencial em cada um de nós.
Uma missão de vida que, mais cedo ou mais tarde,
todos teremos que cumprir...
Netsaber Resumos

quinta-feira, 16 de abril de 2009

HOMENAGEM - AYRTON SENNA

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Homens Maduros...




"Homens Maduros...
Há uma indisfarçável e sedutora beleza
na personalidade de muitos homens
que hoje estão na idade madura.
É claro que toda regra tem as suas exceções,
e cada idade tem o seu próprio valor.
Porém, com toda a consideração e respeito às demais idades,
destacaremos aqui uma classe de homens
que são companhias agradabilíssimas:
os que hoje são quarentões e cinquentões.
Percebe-se com uma certa facilidade,
a sensibilidade de seus corações,
a devoção que eles tem pelo que há de mais belo:
o sentimentalismo.
Eles são mais inteligentes, vividos,
charmosos, eloqüentes.
Sabem o que falam, e sabem falar na hora certa.
São cativantes,
sabem fazer-se presentes, sem incomodar.
Sabem conquistar uma boa amizade.
Em termos de relacionamentos,
trocam quantidade pela qualidade,
visão aguçada sobre os valores da vida,
sabem tratar uma mulher com respeito e carinho.
São homens especiais, românticos, interessantes
e atraentes pelo que possuem na sua forma de ser,
de pensar, e de viver.
Na forma de encarar a vida,
são mais poéticos,
mais sentimentais, mais emocionais
e mais emocionantes.
Homens mais amadurecidos têm maior desenvoltura
no trato com as mulheres,
sabem reconhecer as suas qualidades,
são mais espirituosos, discretos,
compreensivos e mais educados.
A razão pela qual muitos homens maduros
possuem estas qualidades maravilhosas
deve-se a vários fatores:
a opção de ser e de viver de cada um,
suas personalidades, formação própria e familiar,
suas raízes, sabedoria, gostos individuais, etc...
Mas eu creio que em parte,
há uma boa parcela de influência nos modos de viver
de uma época, filmes e músicas ouvidas e curtidas
deixaram boas recordações da sua juventude,
um tempo não tão remoto, mas que com certeza,
não volta mais.
A juventude passou, mas deixou “gravado” neles,
a forma mais sublime e romântica de viver.
Hoje eles possuem uma “bagagem” de conhecimento,
experiências, maturidade e inteligência
que foram acumulando com o passar dos anos.
O tempo se encarregou de distingui-los dos demais:
deixando os seus cabelos cor-de-prata,
os movimentos mais suaves, a voz pausada,
porém mais sonora,
hoje eles são homens que marcaram sua época.
Eu tenho a felicidade de ter alguns deles como amigos virtuais,
mesmo não os vendo pessoalmente,
percebo estas características através
de suas palavras e gestos.
Muitos deles hoje “dominam” com habilidade
e destreza essas máquinas virtuais,
comprovando que nem o avanço da tecnologia
lhes esfriou os sentimentos,
pois ainda
se encantam com versos,
rimas, músicas e palavras de amor,
nem lhes diminuiu a grande capacidade de amar,
sentir e expressar seus sentimentos.
Muitos se tornaram poetas,
outros amam a poesia.
Porque o mais importante não é a idade denunciada
nos detalhes de suas fisionomias
e sim os raros valores de suas personalidades.
O importante é perceber que os seus corações
permanecem jovens...
São homens maduros, e que nós,
mulheres de hoje,
temos o privilégio de poder admirá-los."
(A.D)

terça-feira, 14 de abril de 2009

Lygia Clark 1


Vídeo-montagem com imagens de trabalhos
e proposições da artista plástica brasileira, Lygia Clark,
com música feita em sua homenagem por Caetano Veloso
"If you hold a stone"

segunda-feira, 13 de abril de 2009

AVELOS


Surge mais uma nova
e grande esperança no combate ao câncer.
Este arbusto aí da foto,
chamado entre outros nomes de "avelós",
poderá ser a chave para a cura,
ou senão o controle da doença.
internet

domingo, 12 de abril de 2009

Rainha Rânia




Ela nasceu no Kuwait,
é filha de palestinos
mas recebeu uma educação ocidental.
Sempre elegante,
dispensa motorista e dirige seu próprio Mercedes
pelas ruas de Amã.
Figura carimbada nas revistas de celebridades,
é casada com o rei Abdullah e dedica-se a quebrar tabus na Jordânia.
De quem estou falando??
Da bela rainha Rania!
Rania estudou o Alcorão durante a adolescência.
Formada em administração pela Universidade Americana do Cairo,
trabalhou em multinacionais americanas até se casar,
em 1993, aos 22 anos.
Hoje é mãe de quatro filhos
e defensora dos direitos da mulher
e ajuda o marido na modernização da Jordânia.

Blog oficial dela
Rania dedica-se a quebrar tabus na Jordânia.
Se existe uma mulher
que é o símbolo da luta feminina
pela igualdade de direitos da mulher no mundo árabe,
esta pessoa chama-se Rainha Rânia.
internet

sábado, 11 de abril de 2009

Slow Food




O alimento equivale ao prazer
equivale à consciência
equivale à responsabilidade
O Slow Food acredita que a
gastronomia está
indissoluvelmente associada à
política, à agricultura e ao meio
ambiente, entre outras coisas.
Esta é a razão de ser um
participante tão ativo nas
questões relativas à
agricultura e ecologia
mundiais.
O Slow Food defende a
biodiversidade no nosso
suprimento de alimentos,
promove a educação do
paladar e conecta os
produtores de alimentos de
qualidade com os co-produtores
através de eventos e iniciativas.
Para conseguir isso, adota uma
abordagem original e distinta:
• construindo redes que conectam os
produtores e co-produtores
• educando os consumidores de todas as idades
• protegendo a biodiversidade
http://www.slowfood.com/

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Pra isso existe Deus...


CONSULTO o calendário:
hoje é sexta-feira da paixão, 10 de abril.
Me deu vontade de escrever
de um jeito diferente,
fazendo de conta que hoje é terça-feira
da semana que vem.
Se me disserem que isso não é possível contesto
dizendo que na literatura tudo é possível...
E assim, assentado diante do computador,
corrijo a data:
é o dia 14,
dia que hoje ainda não existe.
O hoje já passou.
A Sexta-Feira da Paixão ficou para trás.
Isso, segundo a medição dos calendários escritos.
Mas não segundo os calendários da alma.
Os calendários da alma
não têm nem antes nem depois.
Na alma, o tempo é sempre presente.
A alma vive chamando de volta
um tempo que já passou:
isso tem o nome de saudade...
A alma é atrasada.
Não quer progresso.
Não quer ir para o futuro.
O que ela deseja mesmo
é voltar para o passado
porque é no passado que moram
os objetos que ela amou e perdeu.
A alma navega sempre ao contrário,
na direção do amor.
Sexta-Feira da Paixão faz voltar
o cheiro dos pobres que não tomavam banho.
É um cheiro inconfundível, comovente,
diferente do cheiro dos ricos que não tomam banho.
O cheiro de não tomar banho dos pobres é reverente.
E é por isso que os pobres vão à procissão
vestidos com ele.
Já o cheiro de não tomar banho dos ricos fede.
Faz pensar em sovaco.
O cheiro dos pobres que não tomavam banho
tem um lugar privilegiado nas memórias que escrevi
no livro "O sapo que queria ser príncipe".
Se o título o intriga, eu explico:
o sapo era eu, menino de roça desajeitado...
Marcel Proust deveria sofrer de uma saudade imensa
para escrever um livro tão comprido sobre o mistério
da procura do tempo que se perdeu,
sabendo que as águas de um rio não voltam atrás.
Ou voltam?
O desenhista Escher achava que sim
e até fez um desenho em que as águas voltavam atrás,
subiam um morro e viravam cachoeira.
E o escritor sagrado era de opinião igual
e escreveu
"lança o teu pão sobre as águas
porque depois de muitos dias o encontrarás"
(Eclesiastes 11.1 ).
As águas do rio da alma são circulares.
O que se pensa perdido volta.
E é pra isso que existe Deus,
pra fazer as águas do rio do tempo voltarem
e assim nos curar da saudade...
Hoje, Sexta-Feira da Paixão.
Nas Minas Gerais antiga,
as mulheres pobres já
separaram as pedras pesadas
que equilibrarão na cabeça na procissão.
É preciso sofrer pra seguir Deus,
caminhando devagar...
Deus é uma pedra pesada
que se carrega na cabeça.
Alguns carregam a pedra do lado de fora,
como as mineiras analfabetas.
Outros carregam a pedra do lado de dentro,
doloroso cálculo cerebral.
Terminada a procissão,
as mineiras põem a pedra no chão
e ficam felizes de novo.
Terminada a procissão,
as pedras que vão do lado de dentro
continuam doendo.
Hoje, Sexta-Feira da Paixão,
os berra-bois berravam
seus zunidos sinistros noite a dentro.
Eram os uivos dos demônios que voavam livres
nesses três dias em que Deus estava morto.
Naqueles tempos o poder dos demônios era maior.
Sei que acontecia assim porque minha mãe me contou.
E por falar em berra-boi
-quem não sabe o que é berra-boi
que o procure no dicionário-
eu tenho um, pequeno, brinquedo, feito de bambu...
De qualquer forma, acreditando ou não,
faria bem para a alma ouvir
a marcha fúnebre de Chopin
ou a segunda sinfonia de Mahler.
Rubem Alves
Folha de S.Paulo

quinta-feira, 9 de abril de 2009

calculos da crise

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Antigos cinemas do Rio de Janeiro

terça-feira, 7 de abril de 2009

Une berceuse

segunda-feira, 6 de abril de 2009

O gosto do mal e mau gosto - BBB


Programas como Big Brother
indicam a completa perda do pudor,
ausência de noção
do que cabe permanecer entre quatro paredes.
Desfazer-se a diferença entre o que deve ser exibido
e o que deve ser ocultado.
Assim, expõe-se ao grande público
a realidade íntima das pessoas por meios virtuais,
com absoluto desvelamento das zonas de exclusividade.
A privacidade passa a ser vivida no espaço público.
O Big Brother Brasil,
a Baixaria Brega do Brasil,
faz de todos os telespectadores
voyeurs de cenas protagonizadas
na realidade de uma casa ocupada por pessoas
que expõem publicamente
suas zonas de vida mais íntima,
em busca de dinheiro e sucesso.
Tentei acompanhar o programa.
Suportei apenas dez minutos:
o suficiente para notar que estes violadores
da própria privacidade
falam em péssimo português
obviedades com pretenso ar pascaliano,
com jeito ansioso de serem engraçadamente profundos.
Mas o público concede elevadas audiências de 35 pontos
e aciona, mediante pagamento da ligação,
18 milhões de telefonemas
para participar do chamado "paredão",
quando um dos protagonistas há de ser eliminado.
Por sites da internet se pode saber do dia-a-dia
desse reino do despudor e do mau gosto.
As moças ensinam a dança do bumbum para cima.
As festas abrem espaço para a sacanagem geral.
Uma das moças no baile funk bebe sem parar.
Embriagada, levanta a blusa, a mostrar os seios.
Depois, no banheiro, se põe a fazer depilação.
Uma das participantes acorda com sangue nos lençóis,
a revelar ter tido menstruação durante a noite.
Outra convivente resiste a uma conquista,
mas depois de assediada cede ao cerco
com cinematográfico beijo no insistente conquistador
que em seguida ridiculamente chora
por ter traído a namorada à vista de todo o Brasil.
A moça assediada, no entanto,
diz que o beijo superou as expectativas.
É possível conjunto mais significativo de vulgaridade chocante?
Instala-se o império do mau gosto.
O programa gera a perda do respeito de si mesmo
por parte dos protagonistas,
prometendo-lhes sucesso ao custo
da violação consentida da intimidade.
Mas o pior:
estimula o telespectador a se divertir
com a baixeza e a intimidade alheia.
O Big Brother explora os maus instintos
ao promover o exemplo de bebedeiras,
de erotismo tosco e ilimitado,
de burrice continuada,
num festival de elevada deselegância.
O gosto do mal e mau gosto
são igualmente sinais dos tempos,
caracterizados pela
decomposição dos valores da pessoa humana,
portadora de dignidade só realizável
de fixados limites intransponíveis
de respeito a si própria e ao próximo,
de preservação da privacidade
e de vivência da solidariedade na comunhão social.
O grande desafio de hoje é de ordem ética:
construir uma vida em que o outro não valha apenas
por satisfazer necessidades sensíveis.
Proletários do espírito,
uni-vos,
para se libertarem dos grilhões da mundialização,
que plastifica as consciências.

Miguel Reale Júnior é advogado,
professor titular da Faculdade de Direito da USP,
membro da Academia Paulista de Letras.
Publicado no Jornal
O Estado de São Paulo em 02/02/2009

domingo, 5 de abril de 2009

Verdades...


Se tivesse acreditado na minha brincadeira de dizer verdades
teria ouvido verdades que teimo em dizer brincando,
falei muitas vezes como um palhaço
mas jamais duvidei da sinceridade da platéia que sorria.
(Charles Chaplin)

sábado, 4 de abril de 2009

A palavra tem um impacto imediato
no cotidiano das crianças.
É a entonação que damos a ela
que faz com que os pequenos
percebam nossas intenções.
O aprendizado de conceitos e valores
se dá também através do que é observado,
absorvido e vivenciado.
Como os valores que aprendemos na infância
são os que carregamos pela vida afora,
é importante que os pais
ou os responsáveis pela criança
sejam influências positivas em seu cotidiano.
Os pequenos são super antenados,
flagram os adultos dizendo algo
e tendo um comportamento
incoerente com o discurso.
Então, é necessário que palavra e atitude
estejam em conformidade com
a verdadeira intenção dos pais.
O "não" é o limite,
é a palavra-conceito que estrutura
a convivência em sociedade,
que dá a noção de perigo,
de reconhecimento de fronteiras.
O "por favor" é quase mágico,
abre caminhos e possibilidades de conquista.
O "obrigado" ganha simpatia
e deixa portas abertas e assim por diante.
Mas a palavra sozinha pode perder seu valor
quando é exaustivamente repetida
e não tem a respectiva atitude que a valide,
que a torne coerente.
O "não" gratuito, sem reflexão,
num primeiro momento deixa a criança indignada
porque ela simplesmente quer.
Então a criança insiste, insiste,
e muitas mães e pais acabam cedendo
porque o "não" adveio muito mais do vício
na palavra que proporciona
"conforto"
para os pais
do que por um motivo realmente consistente.
A criança logo percebe que basta choramingar
para conseguir o que deseja,
e assim o "não" perde seu sentido.
Mais tarde a criança será taxada de desobediente
e os pais não se darão conta de que eles mesmos
a ensinaram a não dar importância
a um pedido ou a um limite explícito.
De nada adianta ensinar a criança a pedir
"por favor"
quando solicita algo,
se os pais não o fazem, mas "ordenam".
A dizer "obrigado", se eles mesmos
não reconhecem as gentilezas dos filhos,
dizendo que não fizeram nada mais que a obrigação
diante de uma atitude solidária dos pequenos.
Ou pedir à criança que não grite
quando ela observa seus pais gritando
um com outro e assim por diante.
Esses são exemplos clássicos
de questões simples do cotidiano,
mas que ilustram como a base do caráter
é formada através de observação
e repetição de comportamentos.
São inúmeras as oportunidades que os pais têm
para mostrar a importância de desenvolver
e cultivar valores como respeito, generosidade,
gratidão, responsabilidade, solidariedade.
E a maioria nem percebe as chances
que perdem de ensinar seus filhos.
Veja, então,
como você pode aproveitar situações
corriqueiras para solidificar esses valores:
A partir dos três anos,
peça permissão para verificar a mochila da escola
ou avise que vai fazê-lo.
Lembre de explicar o motivo:
ver se tem roupas sujas, se há recados na agenda,
por exemplo.
Quando a criança for um pouco mais velha,
passe a perguntar
e peça que ela mesma mostre a agenda
ou lhe dê as roupas para lavar.
Isso fará com que naturalmente ela não mexa
no que não é dela sem pedir permissão,
lhe dará noções de respeito e limites,
e fará com que ela entenda o que é seu
e o que é do outro.
Uma vez por ano,
no dia das crianças e/ou Natal, por exemplo,
peça que seu filho identifique
os brinquedos que não usa mais
e avise-o que enquanto ele faz esse "trabalho"
você estará fazendo o mesmo com suas roupas.
Deixe que ele vá com você num orfanato
ou igreja para fazer a doação.
Isso lhe dará um senso de realidade,
aprenderá a repartir suas coisas
e a não acumular o que não usa.
É uma lição de desapego.
Convide a criança a guardar os brinquedos
e algumas vezes a ajude.
Caso ela se recuse,
guarde você mesmo num local inacessível
e a ensine a olhar no calendário,
estabelecendo uma data para que ela
volte a poder brincar,
três, cinco dias, por exemplo.
Ela aprenderá que não se responsabilizar
por suas coisas tem consequências
que nem sempre são agradáveis.
Mas é preciso que você seja firme,
pois dessa forma ela também aprende
a confiar em sua palavra.
Ajudar a criança com suas pequenas tarefas
a autoriza a pedir ajuda também.
Por exemplo, colocar e retirar os pratos da mesa
ou enxugar a louça.
Isso desenvolve um senso de solidariedade,
ela aprende que as tarefas são realizadas
de forma mais rápida e eficiente
quando feitas em conjunto.
Procure não esquecer de agradecer
ou de manifestar sua alegria
não apenas por suas solicitações atendidas,
como também pelos os gestos de carinho
e atenção que crianças que estejam
sob sua responsabilidade
demonstram nas pequenas atitudes.
Elas aprenderão a importância
do reconhecimento e da gratidão
e também se manifestarão
quando as pessoas forem generosas com elas.
Conte ou leia histórias, contos de fadas,
estimule comentários e impressões
a respeito dos personagens
e suas ações.
Use a historinha para estabelecer paralelos
com as situações do cotidiano.
Existem livros que têm como meta
o desenvolvimento emocional das crianças.
Se você puder tenha um animal de estimação.
A amizade entre crianças e bichinhos
promove um inestimável aprendizado
com relação a aceitar as diferenças
e desenvolverá nela sentimentos de compaixão,
respeito e amor incondicional.
Divida com ela os cuidados com o animal,
como troca de água,
oferta de alimento e banho, por exemplo.
Isso lhe dará noções

sexta-feira, 3 de abril de 2009

JOHN DENVER Y PLÁCIDO DOMINGO - PERHAPS LOVE

niver inacio

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Há quem passe pela vida...


Há quem passe e deixe só cicatrizes,
Há quem passe semeando flores.
Há quem passe banhando-nos em lágrimas,
Há quem passe disposto a secá-las.
Há quem passe torcendo por nossa vitória,
Há quem passe aplaudindo nossos fracassos.
Há quem passe ajudando-nos a levantar,
Há quem passe fazendo-nos cair.
Há quem passe como sombra,
Há quem passe como luz.
Há quem passe como pedra no caminho,
Há quem passe como pedra de construção.
Há quem para todo deslize seja
uma falha irreparável,
Há quem nos ofereça o perdão.
Há quem ignore nossos erros,
Há quem nos ajude a corrigir.
Há quem passe rápido, veloz, despercebido,
Há quem deixe marcas profundas.
Há quem simplesmente passe,
Há quem fique para sempre no coração.
Há quem passe pela vida,
Mas, há quem não deixe a vida passar
sem um gesto de carinho,
sem o Amor ofertar.
Regina Célia Suppi

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Acabei de fazer 60 anos..


Acabei de fazer 60 anos
e a velhice e a morte começam a me assombrar.
O que fazer?
É coincidência, mas minha carteira de identidade me diz
que também completei 60 anos recentemente.
É sempre um marco.
Quando eu tinha uns 20 anos,
considerava que uma pessoa de 60
era um ancião quase morto.
Alguém disse que
“a vida é uma doença sexualmente transmissível
com 100% de fatalidade”.
Mas, como a lepra, é de deterioração lenta,
o que nos faz ir nos acostumando com seu avanço.
Ou mesmo desfrutando da nossa única idade:
estamos vivos.
Reparei que minha idade varia,
ignorando o que diz o RG.
A maior parte do tempo tenho 25.
É muito confortável.
Em outras horas (ou dias) tenho 17,
o que é uma delícia, pois ter 17 aos 60
é ser um adolescente com sustento próprio,
sabedoria de vida,
sem precisar obedecer
ou prestar contas a ninguém.
É mais raro,
mas às vezes tenho 10.
Aí é uma festa de curiosidades,
invenções e brincadeiras.
Tudo isso com um programa “gente grande”
dentro da minha cabeça,
que existe exclusivamente para proteger a criança
e o adolescente, e deixá-los brincar à vontade.
Minha mãe está com 95
e diz que “a velhice é aquela coisa”
(que ela não fala palavrão).
Tem suas razões,
pois a despeito de uma cabeça ótima,
mal vê, mal fala, mal ouve, mal anda.
É capaz que a vontade de viver lhe suma,
como sumiu de meu pai aos 102.
Ele então se retirou para dentro de si
e morreu em dois meses.
De qualquer maneira, alguém mais disse:
“A morte é um momento,
e não há de me roubar da vida mais do que isso:
seu momento”.
(Francisco Daudt - colunista da Folha de São Paulo,
psicanalista, Revista da Folha dia 22/06/2008)