sábado, 4 de abril de 2009

A palavra tem um impacto imediato
no cotidiano das crianças.
É a entonação que damos a ela
que faz com que os pequenos
percebam nossas intenções.
O aprendizado de conceitos e valores
se dá também através do que é observado,
absorvido e vivenciado.
Como os valores que aprendemos na infância
são os que carregamos pela vida afora,
é importante que os pais
ou os responsáveis pela criança
sejam influências positivas em seu cotidiano.
Os pequenos são super antenados,
flagram os adultos dizendo algo
e tendo um comportamento
incoerente com o discurso.
Então, é necessário que palavra e atitude
estejam em conformidade com
a verdadeira intenção dos pais.
O "não" é o limite,
é a palavra-conceito que estrutura
a convivência em sociedade,
que dá a noção de perigo,
de reconhecimento de fronteiras.
O "por favor" é quase mágico,
abre caminhos e possibilidades de conquista.
O "obrigado" ganha simpatia
e deixa portas abertas e assim por diante.
Mas a palavra sozinha pode perder seu valor
quando é exaustivamente repetida
e não tem a respectiva atitude que a valide,
que a torne coerente.
O "não" gratuito, sem reflexão,
num primeiro momento deixa a criança indignada
porque ela simplesmente quer.
Então a criança insiste, insiste,
e muitas mães e pais acabam cedendo
porque o "não" adveio muito mais do vício
na palavra que proporciona
"conforto"
para os pais
do que por um motivo realmente consistente.
A criança logo percebe que basta choramingar
para conseguir o que deseja,
e assim o "não" perde seu sentido.
Mais tarde a criança será taxada de desobediente
e os pais não se darão conta de que eles mesmos
a ensinaram a não dar importância
a um pedido ou a um limite explícito.
De nada adianta ensinar a criança a pedir
"por favor"
quando solicita algo,
se os pais não o fazem, mas "ordenam".
A dizer "obrigado", se eles mesmos
não reconhecem as gentilezas dos filhos,
dizendo que não fizeram nada mais que a obrigação
diante de uma atitude solidária dos pequenos.
Ou pedir à criança que não grite
quando ela observa seus pais gritando
um com outro e assim por diante.
Esses são exemplos clássicos
de questões simples do cotidiano,
mas que ilustram como a base do caráter
é formada através de observação
e repetição de comportamentos.
São inúmeras as oportunidades que os pais têm
para mostrar a importância de desenvolver
e cultivar valores como respeito, generosidade,
gratidão, responsabilidade, solidariedade.
E a maioria nem percebe as chances
que perdem de ensinar seus filhos.
Veja, então,
como você pode aproveitar situações
corriqueiras para solidificar esses valores:
A partir dos três anos,
peça permissão para verificar a mochila da escola
ou avise que vai fazê-lo.
Lembre de explicar o motivo:
ver se tem roupas sujas, se há recados na agenda,
por exemplo.
Quando a criança for um pouco mais velha,
passe a perguntar
e peça que ela mesma mostre a agenda
ou lhe dê as roupas para lavar.
Isso fará com que naturalmente ela não mexa
no que não é dela sem pedir permissão,
lhe dará noções de respeito e limites,
e fará com que ela entenda o que é seu
e o que é do outro.
Uma vez por ano,
no dia das crianças e/ou Natal, por exemplo,
peça que seu filho identifique
os brinquedos que não usa mais
e avise-o que enquanto ele faz esse "trabalho"
você estará fazendo o mesmo com suas roupas.
Deixe que ele vá com você num orfanato
ou igreja para fazer a doação.
Isso lhe dará um senso de realidade,
aprenderá a repartir suas coisas
e a não acumular o que não usa.
É uma lição de desapego.
Convide a criança a guardar os brinquedos
e algumas vezes a ajude.
Caso ela se recuse,
guarde você mesmo num local inacessível
e a ensine a olhar no calendário,
estabelecendo uma data para que ela
volte a poder brincar,
três, cinco dias, por exemplo.
Ela aprenderá que não se responsabilizar
por suas coisas tem consequências
que nem sempre são agradáveis.
Mas é preciso que você seja firme,
pois dessa forma ela também aprende
a confiar em sua palavra.
Ajudar a criança com suas pequenas tarefas
a autoriza a pedir ajuda também.
Por exemplo, colocar e retirar os pratos da mesa
ou enxugar a louça.
Isso desenvolve um senso de solidariedade,
ela aprende que as tarefas são realizadas
de forma mais rápida e eficiente
quando feitas em conjunto.
Procure não esquecer de agradecer
ou de manifestar sua alegria
não apenas por suas solicitações atendidas,
como também pelos os gestos de carinho
e atenção que crianças que estejam
sob sua responsabilidade
demonstram nas pequenas atitudes.
Elas aprenderão a importância
do reconhecimento e da gratidão
e também se manifestarão
quando as pessoas forem generosas com elas.
Conte ou leia histórias, contos de fadas,
estimule comentários e impressões
a respeito dos personagens
e suas ações.
Use a historinha para estabelecer paralelos
com as situações do cotidiano.
Existem livros que têm como meta
o desenvolvimento emocional das crianças.
Se você puder tenha um animal de estimação.
A amizade entre crianças e bichinhos
promove um inestimável aprendizado
com relação a aceitar as diferenças
e desenvolverá nela sentimentos de compaixão,
respeito e amor incondicional.
Divida com ela os cuidados com o animal,
como troca de água,
oferta de alimento e banho, por exemplo.
Isso lhe dará noções

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